domingo, 7 de agosto de 2011

Especial História do Japão - Período Heian

Continuando !!


Em meados do período de Nara, foi decretada uma lei que doava todas as terras que viessem a ser desbravadas após o dia de sua promulgação. Aproveitando-se da nova lei, os eclesiásticos e os aristocratas que possuíam recursos começaram a assalariar os lavradores pobres para alargar as áreas de suas fazendas.
      Dessa maneira, surgiram os latifúndios, cujos proprietários começaram a fazer pressão sobre os pequenos lavradores, obrigando-os a entregar suas terras e a trabalhar como meeiros. Nessa situação, a lei agrária acabou perdendo seu efeito, porque até mesmo os oficiais regionais, mandados diretamente pela corte, tomaram-se latifundiários.

 Até o início do período de Heian, os elementos culturais da China eram freqüentemente importados pelo Japão. Todavia, quando a estirpe Fujiwara chegou ao auge de seu poderio, deu-se à interrupção dos contatos culturais com o Império Celeste, e conseqüentemente houve um desinteresse geral por aquele pais.
 Em tais circunstâncias, iniciou-se a assimilação, bem como a. adaptação dos elementos culturais chineses ao mundo nipônico. Antes de tudo, foi criado o alfabeto "Kana" que melhor podia exprimir o pensamento e a linguagem japonesa. Esse alfabeto foi dividido em dois estilos, formados com partes de ideogramas chineses: "hiragana" e "kata-kana". Com a criação do "kana", todos, inclusive as mulheres, tiveram oportunidade de exprimir graficamente seus pensamentos. Deu-se aí o aparecimento de um grupo de notáveis escritoras, como Murassaki Shikibu, Sei Shontgon e outras que deixaram importantes obras literárias, onde a graça do estilo une-se à sutil trama psicológica dos enredos. 

Naquele período, a caligrafia de pincel também teve seu incremento, junto ao desenvolvimento da poesia de 31 sílabas, o "waka". Na pintura, também se desenvolveram estilos tipicamente japoneses.

Como os dirigentes do governo central levavam uma vida desregrada, os oficiais regionais também procuravam imitá-los, donde resultou que a administração provincial terminou aos poucos na mais completa desordem e anarquia. Aproveitando-se da situação, grupos de piratas e bandoleiros atacavam e saqueavam as aldeias e as cidades.
       Para se defender dos assaltantes, cada fazenda teve que formar um corpo de guarda, composto de jovens selecionados entre as famílias que lá residiam. Tais jovens, que eram treinados na arte militar, deram origem a classe dos guerreiros: os samurais.
      Eles se organizaram mais tarde em grupos chefiados por descendentes de famílias nobres ou oficiais regionais. Entre eles, destacaram-se duas estirpes: a de Heishi, que descendera do Imperador Kanmu e a de Guenji, da linhagem do Imperador Seiwa. As duas famílias, desde cedo, tomaram-se rivais, procurando ambos expandir seu poder político e militar na capital de Kyoto.


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