quinta-feira, 19 de maio de 2011

Manual para ser um otaku amado e moderno


Cansado de chegar em eventos e ser rechaçado por seus amigos que tomam Mupy e usam toucas de coelhinho por que você não é “100% otaku, manow” (sic)? Entediado com as apresentações de Cosplay e tentando achar graça na vigésima-quinta tentativa de fazerem piada com o Michael Jackson (in Memorian)? Entristecido (Emooooooo…) com as constantes tentativas falhas de se misturar àquele povo que consegue ver graça em colecionar bottons, enquanto o único “broche” da sua mochila é aquele da viagem à Missões no Rio Grande do Sul (eu tenho um desses, só pra deixar claro)? Seus problemas… Não, peraí, isso é da concorrência (ah claro…). Nós temos uma boa alternativa: O pequeno Emanuel do Otaku Moderno, por apenas 2 big bigs e um passe de busão!

Cês podem pagar depois com o nosso troll. Ele é um tanto… “Persuasivo”. Vamos aos fatos: Ser otaku não é exatamente um trabalho hercúleo, mas demanda certa força de vontade e muita, mas muita falta de vergonha alheia. Digo, não é preciso passar 8 horas seguidas em um evento com aquela plaquinha branca escrevendo coisas como “Free Hugs” ou “XD”, mas é necessário conseguir usar uma camiseta que mostre uma piada envolvendo Hadouken e achar que está usando uma roupa de marca. É, é preciso certa coragem sim, o que pode ser muito, mas muito recompensador. Teve um cara no último evento daqui que tava usando uma dessas e tinha uma penca de guria curvilínea envolvendo ele. Se dali não saiu um caso de pedofilia, foi a falta de traquejo social da criatura, mas isso roupa nenhuma ajuda.

Vamos então às sete dicas levantadas por mim. Por que sete? Porque eu tive vontade de fazer sete. Então contentem-se e, se quiserem, atrevam a seguir e se tornarem excluídos sociais… Para se enquadrarem NESSA sociedade. Tá, pode não ser uma boa idéia…

Primeiro – Não goste de animês. ESTUDE eles.

É sério, pode parecer besteira, mas gostar de um animê não é o suficiente. Você tem que saber detalhes dele, elaborar teorias, pensar na psicologia do protagonista e de todos os coadjuvantes importantes, escolher um personagem favorito para dissecá-lo e se tornar doutor na formação dele. E um animê não é o bastante, dois, três, quatro… Não há limites para quantos você pode e deve abarcar em seu leque de análises. Quanto mais melhor, já que você será aquele chato que participa de TODAS as conversas e é amado e odiado ao mesmo tempo. Se você for capaz de fazer uma comparação entre os antigos, os novos e as modinhas então, você pode ser DEUS. É só saber usar as palavras certas para que eles não saibam exatamente do que fala, mas concordem com você. Ou melhor, se você for enrolado e deixar no ar que você gosta e odeia Naruto, Bleach e afins ao mesmo tempo, pode ser que eles te acham eclético o suficiente para SEMPRE procurarem você na hora que quiserem conhecer outros animês.

Só não esqueça da regra básica de todo estudioso: É preciso testar para comprovar suas idéias e toda vez que você disser uma coisa, você pode voltar atrás em segundos, porque a pessoa te deu uma “nova noção do assunto”. PRONTO! Você estará “concordando” com eles e ao mesmo tempo mostrando que é capaz de absorver o que qualquer um diz, por mais tola que possa parecer a idéia do cara. Você é um bom conhecedor de animês!

Segundo – O Cosplay

Não é novidade que otakus gostam de cosplay. Ao menos eles almejam ver garotas de cosplay, principalmente aqueles que envolvem shortinhos ou mini-saias, assim como as otomes (dito feminino de otaku) tem certa tara pelos cosplays masculinos musculosos e os “fofinhos yaois” (gah, alguém me dê um soco pra esquecer isso). No entanto, é cada dia mais comum ver otakus e otomes que maldizem o cosplay por dias e dias, até que inventam de participar de um. E uma vez iniciado no meio, você não tem como sair. Ao menos há uma vantagem enorme nesse passo dado: Não importa a qualidade do seu cosplay, se ele for inovador ou engraçado, você será sempre lembrado, mesmo se nunca mais fizer nada. Ou seja, você pode ser o cretino a ir a um evento como Figurante #7 e ainda assim poderá ganhar todas as oportunidades que os cosplayers ganham, quando não participa de uma apresentação com uma esquete genial que tira risos do público. Nesse instante, você é o SEMI-DEUS (já que o DEUS é o estudioso que está ali no meio, sacando qual é a sua) que pode até tentar pegar mulherada. Digo, se você não for tão feio que só sua mãe te ache bonito. Aí danou-se, possivelmente nem cosplay salva.

Mas veja bem, ser cosplayer pode sair pela culatra. Se você for cosplayer E PhD em animês é provável que as pessoas comecem a te evitar, pois é capaz que seu papo se torne incompreensível demais ou até porre demais para que eles aguentem. É preciso fazer cada passo com certa prevenção, para que não passe dos limites. Ah sim, de acordo com a ultima tendência, os cosplays de extras voltaram, então talvez a idéia de Figurante #7 funcione. FIKDIK.

Terceiro – Não se contenha

Otakus são exagerados. PONTO. Dar gritos histéricos mesmo sendo você um marmanjo de 2 metros e 190 quilos NÃO É NADA. Dentro da área de um evento (QUASE) tudo é permitido. Que nem Carnaval, sabe? Acho que não fui a nenhum evento nos últimos três anos em que não houvesse ao menos UM Travecosplay (que é diferente de Crossplay, no Traveco você extrapola MESMO), um cara gritão que acaba sendo engraçado ou uma garota que quase arromba com a saúde das suas orelhas entre uma apresentação, a aparição de algum cosplay muito bom ou o show da banda no fim do evento. E, acredite ou não, isso não os torna motivo de piada (tá bom, torna…) que ninguém vai ter respeito e vão deixar no canto. Na realidade, e isso eu VI, é bem provável que eles sejam chamados para participar de alguma brincadeira ou tirar fotos quando surgir a oportunidade. Ou seja, é uma boa carreira para investir.

Exagero também é um grande ponto quando for comprar algum produto no evento, o que acaba chamando atenção até do tio do estande lá do outro lado da sala, sabe? Aquele 10 metros lá atrás. Pois é, o que eu já vi de cara que chega na loja de Gashapons e vê AQUELA estatueta do Hiei dando porrada ou AQUELA boneca peituda gigante genérica #2 e fica mais excitado que fãs de Crepúsculo não é brincadeira. E esses caras geralmente não comprar o boneco, mas conseguem puxar papo sobre qualquer coisa de quem estiver perto… Sinistro? Nem um pouco, otaku gosta mesmo de exagero.

Quarto – Participe de tudo. TUDO.

Lembra que eu falei de Travecosplay? Pois é, no Wasabi Show que fui nesse fim de semana essa era uma das provas da gincana do evento. E sabe quantos times tinha participando? Cinco. Ou seja, eram CINCO caras vestidos de saia, jeans colado ou vestido mesmo, com seios postiços, peruca colorida e maquiagem andando pelo evento. Tirando os ataques de riso ou o pânico crescente de ver aquelas criaturas medonhas, eles estavam rodeados de mulheres, que os ajudavam a se arrumar. Mulheres tocando em você para te ajudar a pagar mico. Mulheres TOCANDO em VOCÊ. Dou um minuto para que você visualize a cena. Saiu do banheiro? Digo… Terminou de imaginar? Então pense nisso: Não só você chamou a atenção até do pombo fiodapu… que estava sobrevoando para “marcar território” nos carros do estacionamento como você conseguiu o feito de passar como MACHO, aquele que não precisa se vestir de jaqueta de couro, andar de Harley e fumar charuto cubano para dizerem que é um Kratos. Você aguenta o tranco de usar meia-calça e passar pela maior humilhação de sua vida. E nem está no Bloco dos Sujos, ou seja, não tem que aguentar aquelas músicas irritantes que chamam de funk. Boa champs!

Tem mais. Em eventos sempre há outras atividades que envolvem se meter em altas confusões, típicas de Sessão da Tarde. Nesse último que fui teve um leilão. Se leiloava de tudo, desde um Game Boy Advance sem a proteção das pilhas (é, tava muito mal conservado) até garotas que dariam um “selinho” em você. É, pare por um instante para pensar em como você poderia ter conseguido esse GBA por 30 reais (preço que pagaram). Ah, cê tava pensando nas garotas? Perdeu a chance. Se informar do que pode acontecer no evento ainda pode te render brindes, como um jogo de algum estande ou até mesmo um daqueles gashapons pelo qual você pagaria os 50 reais que levou pra comprar almoço. Chore com isso, maldito que pagou 70 reais no gashapon que eu queria! Poderia ter conseguido DE GRÁTIS!

Só tem um porém nisso tudo. Como os tópicos de antes, é preciso MODERAÇÃO na participação. Pode acabar enebriado com os holofotes sobre você e achar que está abafando, participando de tudo e sendo o centro das atenções, mas na realidade você está sendo nojento e os outros vão começar a rir de você de verdade, não mais como você. Eu vi gente jurada de morte quando a piada perdeu a graça e, sinceramente, oro a Kami-Sama por suas almas sempre que eles sobem ao palco uma vez mais para participar de algum jogo. Pobres coitados.

Quinto – Não almoce sozinho

Bateu a fome e todo mundo que você conhece já almoçou? Olha, pra ser justo, ao menos aqui em Santa Catarina quando se está em algum evento, parece que uma aura de “cortesia” invade os participantes, então a hora do almoço é um momento em que você pode sentar com o cara mais retardado do evento e não ser chamado de idiota por isso. Mais, ao almoçar em grupo você ainda tem a chance de catar informações e utilizar o que aprendeu no tópico um, criando assim sua imagem. E de preferência coma o que os outros estão comendo. Se você se afastar muito do espaço que conquistou é capaz de perder a vaga. Entenderam porquê usei aspas em cortesia? Eles podem te dar uma mão, mas se você não agarrar o braço inteiro, outra pessoa o fará! E aí, meu amigo, é uma boa chance que você perdeu.

Aliás, eu falei antes em gastar dinheiro do almoço em gashapons. Não faça isso! Nem com gashapons, nem com mangás, animês, correntinhas ou o que for. Sempre tenha dinheiro para comer, senão você perde todos os pontos que ganhou nos outros tópicos porque você é o idiota que ficou sem grana e vai passar fome até ir para casa, se não passar mal antes. Não são raros os que fazem isso e acabam ficando longe de eventos por um tempo porque em casa levou O ESPORRO pela besteira que fez. Se for maior de idade então, é capaz de arranjar problemas sérios e até adoecer. E aí, cara, já era mesmo.

Sexto – Seja uma lista telefônica

Ás vezes não é difícil decorar nomes. Nesse evento que fui, mesmo, tinham uns quatro ou cinco Joãos e uns seis Pedros. Parece que mãe de otaku não tem originalidade pra nome, não me admira que otaku goste tanto de ganhar apelido, assim não é confundido por causa de seu nome nada raro. Nessas horas, é preciso atenção para não confundir os nomes alheios. Acreditem, nada é mais irritante do que chegarem para você te chamando pelo apelido completamente errado (pior é se você tem um irmão ou primo parecido, aí ferrou). Assim, seja como uma lista telefônica e aprenda cada um dos apelidos e nomes dos outros. Quantos mais você conhecer, nem que seja porque disse Oi, melhor será na hora de realizar cada um dos outros tópicos. E crie você mesmo seu apelido. Está comprovado já, que quanto mais você insistir, maiores a chance de você ficar conhecido como quiser. Eu mesmo já sou definitivamente o Black e me orgulho disso. Aliás, se me verem em algum evento, dêem tchauzinho, juro que tento não ignorar… Cof cof.

Para esse tópico não há muitos erros. É o que precisa de maior treino, mas uma vez conseguido decorar uma dezena de nomes, é um passo para conseguir chegar às centenas, já que esses dez irão te apresentar mais dez e por aí vai. Em dois ou três eventos cê pode até conseguir entrada vip no evento e mendigar aqueles doze reais da entrada, que você pode usar no almoço como disse antes.

Sétimo – VÁ a eventos

Cansados já? Podexá que este tópico não é muito extenso. É meio que ilógico, mas tem gente que quer ser otaku sem ir a eventos. Calculem comigo: Há cinco ou seis programados pro ano todo e a pessoa só vai em um. Quando a desculpa é grana até se entende, mas dizer que não tem vontade torna você totalmente um anti-otaku. Não há otakus que não tirem dinheiro da poupança (entenda como quiser) para ir em eventos, mesmo que precisem sacrificar suas preciosas economias ou participar de um leilão fora do evento (o que pode gerar situações constrangedoras). Vá a eventos, mesmo que ao olhar a programação no site e ver o tipo de pessoas que vai você sinta que está se metendo em uma furada. Ao menos poderá dizer depois “Fui naquela droga. Putz, avacalharam legal, nem valeu a pena”. Essa frase pode até demonstrar que você é conhecedor do meio e te dar a autoridade necessária para os outros seis tópicos.

Apresentadas as opções, dadas as dicas, ensinado o mínimo, vão vocês à luta. Façam o que puder para serem reconhecidos e não esqueçam: Ser otaku pode abrir portas e fechar outras. Basta saber o que se quer ser.

Bom só isso e espero que tenham gostado do primeiro post do LoTT se gostaram comemtem por favor.Até minna

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